Desperto angustiada.
Olho o relógio 5h07 da madrugada.
A escuridão ainda cobre o céu.
Viro para um lado e para outro e não consigo mais dormir.
Pego um livro. Ler sempre me dá sono. Não consigo me concentrar. Meus pensamentos estão a mil. Largo o livro.
A angústia aumenta.
Visualizo o dia longo que me espera. Preciso estar descansada.
Levanto e vou até a cozinha, bebo um copo d’água. Sinto fome. Penso no horário do café da manhã que se aproxima.
Preciso dormir.
Sigo com fome.
Volto pro quarto. Sento na cama, a angústia cresce.
Meu pensamento segue longe.
Pego outro livro achando que talvez o anterior não fosse bom o suficiente pra esta hora da madrugada.
Não adianta.
Olho as horas novamente, 5h43 e nada de dormir.
Ligo o rádio, coloco os fones no ouvido. A angústia diminui, mas em seguida volta a apertar forte no meu peito.
Levanto e volto pra cozinha. Decido tomar café. Como quase que exageradamente (nesses momentos o último lugar que se deve ir é na cozinha).
Olho outra vez as horas 06h17.
Penso no número 7, meu número da sorte, dia do meu aniversário.
Em 43 minutos o relógio vai despertar.
Preciso tomar banho.
Deito novamente e respiro fundo na intenção de dormir os minutos que ainda tenho.
Ilusão.
A angústia persiste.
Vou pro banheiro, tomo banho. Não sei o que vestir.
O relógio desperta, já estou pronta pra sair.
Decido ir a pé pro trabalho, pode ser que na caminhada descubra o motivo deste sentimento perturbador que invadiu minha noite e levou meu sono embora.
Desço as escadas. Saio do prédio.
Olho o céu nublado. Gosto de dias nublados.
Começo a caminhar na direção do meu destino e a angústia como uma sombra vai me perseguindo.
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