terça-feira, 24 de novembro de 2009

Petrificado olhar

Nunca esquecerei aquele olhar. Olhos intensos. Secos.
Eles nunca choravam. Mas via-se bem profundamente as mágoas e desilusões que guardavam.
Um olhar triste. Inconfundível.
Sempre fui capaz de perceber aquele olhar angustiado, que nunca deixava as lágrimas que ali se escondiam escorrer pela face que o sustentava.
Olhos observadores, que julgavam o que conseguiam ver, mas nunca demonstravam o que de fato sentiam e pensavam.
Muitas tentativas eu fiz para conseguir ver rolar as lágrimas que eu sempre tive a certeza que ali estavam.
Mas tudo foi em vão. O olhar estava petrificado.
Eu sentia que se aqueles olhos chorassem, tudo a sua volta se inundaria. Era muita vida não vivida. Guardada.
Momentos de alegrias e tristezas que nunca foram postos pra fora.
E eu sei bem o motivo pelo qual isso nunca aconteceu. A culpa, ela não deixava aqueles olhos se banharem nas infinitas lágrimas que ali estavam.
Uma culpa imensa, de uma passado doloroso que deixara gravado o medo da mudança.
Eu sempre tive a capacidade de ver o mundo que aqueles olhos tentavam esconder. E mil tentativas foram as minhas para fazê-los chorar. Para libertar as emoções através das lágrimas. Tudo sempre em vão.
Ainda tenho esperança de algum dia presenciar um choro infinito desses olhos.
Olhos esses que, gravados nos meus para sempre permanecerão. A imagem deles nunca se apagará. Mesmo quando eles se apaguem e nunca mais possam chorar. No meu olhar eles pra sempre vão ficar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Preconceito

Todos nós em algum momento fazemos juízo preconcebido das coisas, principalmente das pessoas que ainda não conhecemos. É comum estereotiparmos. Quem nunca julgou uma pessoa de chata, antipática, ou seja lá o que for, no primeiro contato? E com o a convivência acabou mudando de opinião, não é? Aquela criatura antipática, com atitudes que eram insuportáveis pra ti acaba se tornando alguém legal, bonito, querido... Ou a comida que nunca experimentamos e mesmo assim dizemos: não gosto e pronto! O que acontece é que muitos dos conceitos que temos sobre as coisas, pessoas ou relacionamentos, já estão formados em nossa memória, sem nem sabermos o porquê, sem argumentação mesmo, mas eles vieram de maneira não pensada, pelos nossos pais, amigos, televisão. E agimos de forma inconsciente rejeitando o novo, a mudança. Muitas vezes o que acontece também é que vemos a atitude da pessoa refletir na nossa, igual a um espelho, e isso em alguns casos não é bom por ser algum comportamento do qual queremos nos livrar. Ou ainda, por simplesmente não gostarmos de alguma atitude, não nos permitimos conhecer o resto. Quando julgamos os outros sem conhecer ou as coisas sem experimentar fazemos isso pelos valores que nós temos. Pela maneira como nos foi mostrado o certo ou errado, e nem sempre temos razão nas nossas opiniões. Acho que o mundo hoje precisa de pessoas que arriscam a experimentar, mais ouvintes, de pessoas mais abertas. Sou da opinião de que tenho que provar pra dizer que não gosto. E mesmo que não seja tão do meu interesse o assunto sempre aprendo algo novo quando escuto. E penso que é assim. Quando deixamos as barreiras dos preconceitos para trás, um mundo de novas possibilidades se abre diante dos nossos olhos. Precisamos ser mais tolerantes com as diferenças, mais humanos até. Por que quando escutamos o que os outros tem a dizer, mostramos interesse não só no que ele está nos contando, e sim no que ele é, nas experiências e opiniões dele. E arrisco dizer que todos nós, sem exceção, precisamos e gostamos de sentir-nos aceitos, importantes. Ter humildade para vermos as coisas como elas são, e saber que ninguém é melhor do que ninguém e que o que te serve hoje pode não ser bom amanhã. E isso só de descobre quando se permite assumir o risco. Minha sugestão é: Abramos nossa mente, livremo-nos das idéias antigas que ocupam espaço e nos impedem de renovar. Vamos abrir espaço pra novidade! Pra novas gentes, novos sabores, novos amores e amigos e principalmente pra novas atitudes. E que com a experiência que adquirimos quando nos abrimos para o novo tenhamos uma visão mais ampla da vida, sem preconceito.
Leve a vida simplesmente!!!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quem não bebe não tem história, mas não precisa exagerar né?!


Na terça-feira passada saí com umas amigas pra comemorar uma conquista importante na vida de uma delas. Ela conquista as coisas e ainda por cima paga a conta. Fomos no Boteco do Natalício (recomendo). Bebemos aquele chopezinho da Brahma que é um espetáculo e saboreamos as delíciosas comidas que a casa oferece. Tava maravilhoso. Aliás, garotas, é sempre maravilhoso encontrar vocês. Muitas trocas de emails antes e depois do evento. Os anteriores pra combinar aonde íamos, horário, etc. E após o evento, os clássicos emails com declarações de amor e recordando os momentos “cruuuuuzes” - como foi denominado o momento de bizarrices. Conversamos muito a respeito da vida, dos nossos desejos, das viagens que queremos fazer juntas e sozinhas, de sexo (óbvio, pois somos garotas modernas) entre outros assuntos. O legal é que ficamos sempre horas de papo e nunca falamos mal de niguém, acho isso incrível. Mas voltando ao encontro... Demos muita risada e tiramos fotos pra eternizar. Mas pra mim o mais “cruuuuuzes” foi quando cheguei em casa e percebi que estava bêbada. Muito bêbada. Foi horrível! Tive que ligar o ventilador, abrir as janelas e tentar me concentrar pra fazer o mundo a minha volta parar de girar. Isso já era 1h da madrugada e eu precisava acordar ás 7h pra ir trabalhar. Que sufoco. Quando finalmente consegui dormir, meu celular tocou. Bosta! Só pra piorar minha situação. O mundo voltou a girar e lá estava eu, sentada na cama, pensando: nunca mais vou beber. Foi quando corri pro banheiro. Acho que não preciso contar essa parte em detalhes. Os bons entendedores de porres sabem o que aconteceu. Mas o importante é que não me arrependo. Agora no instante em que escrevo esse texto estou muito feliz pelo momento que vivi e compartilhei com pessoas que amo e admiro. Mas quanto a beber, pretendo ficar alguns dias sem álcool no meu sangue, pois não há corpo que aguente tanto esTRAGO!
Foto: da esquerda pra direita - gabriela (a que pagou a conta), a Cláudia, a Ursula (Kully) e Euzinha!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tudo tem seu tempo certo. O momento é de cultivar!

Estou tentando exercitar três virtudes que considero fundamentais para minha vida hoje.
Prudência: pra conseguir suprir as necessidades que meu corpo e mente exige; ser cautelosa nos meus relacionamentos – íntimos e sociais.
Persistência: Ser firme e constante em algumas coisas que me proponho fazer. Manter o foco nos meus objetivos quando a dificuldade aparecer (e ela sempre aparece, coisa séria!). E seguir em frente quando os resultados são diferentes do planejado.
Paciência: pra aprender a esperar com calma (muita calma) que as coisas tenham resultado – colher os frutos que plantei!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

“dá o tapa, esconde a mão!”!

Infelizmente existem pessoas que fazem isso, e eu, por má sorte, no momento tenho algumas bem próximas. É incrível, elas nunca tem culpa de nada, estão sempre culpando os outros pelo que fazem de errado ou tentando captar o erro de alguém pra fazer intriga. Isso me deixa “P” da vida. Mas sabe, tenho pena desse tipo de gente, certamente, não são tão felizes quanto eu, ou quanto você. São pessoas que focam no lado ruim das coisas, são provavelmente invejosas e tem medo de descobrir o seu próprio potencial. Daí tentam prejudicar as pessoas à sua volta, para tentar impedi-las de ter sucesso, obviamente, na maioria das vezes não conseguem. O que tento fazer pra me livrar delas, é dar aquele “tapa de luva” básico! Tento sair da situação que me colocam de uma forma elegante, tentando mostrar a verdade. Assumo a culpa quando é minha e nunca acuso ninguém. Cada um que se acuse se quiser! Penso que assim é o certo (se tu discorda quero saber tua opinião!). Não é por terem tentado me prejudicar que farei a mesma coisa, Nã nã ni nã! Deve ser por isso que conquisto pessoas legais, de boa fé! Por que sou verdadeira. Detesto fofocas, pois é bem como diz a sabedoria popular: quem conta um conto aumenta um ponto. Eu falo na cara. E quem não gostar que venha falar comigo, ou não fique do meu lado. Mas é isso, as pessoas não são iguais. Não são todas legais, nem leais. Ainda bem né?! Se não a concorrência seria muito maior.
Foi só um desabafo...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perder me

Que yo me pierda por las cosas que valen la pena...
Que me pierda de amor, de cariño y felicidad
y que todas las vezes que me pierda que me vuelva a encontrar!
Que yo me pierda por vos, por mi y por los que a mi lado siguen...
Que me pierda acá y en algun lugar lejano, lleno de flores, luz, sueños y quizá a esos Los pueda tornar realidad
Que yo me pierda por llorar y que me encuntre en una sonrisa
Que yo me pierda en un abrazo y que en estes brazos pueda sentir la libertad
Que me pierda en una suave boca y que me encuentre al lado de alguién con la cara Pintada de color esperanza
Que yo me pierda en mis desesperos y que me encuentre en la fé de mi vida
Que yo me pierda en mi locura y que en ella pueda encontrar un poco de sanidad
Que yo me pierda por la vida y que me encuentre siempre perdida...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Saudade!?

Outro dia me perguntaram do que eu sentia saudades.
Fiquei a me questionar a respeito disso e cheguei à conclusão que tenho algumas boas saudades. Sou saudosista dos tempos de criança, das brincadeiras, dos faz de conta, do brigadeiro lambuzando os dedos da inocência.
Não sinto saudade das pessoas. Será que isso é ruim? Não consigo entender bem. E olha que tenho bons amigos longe daqui. Pessoas que fizeram parte da minha infância, outras companheiras de festas na adolescência e outras tantas que ficavam horas filosofando comigo nesta fase que vivo agora – a transição de adolescente para adulta.
No mínimo é estranho. São tantos amigos que vivem longe que só tenho contato por internet (e não é a mesma coisa que sentir o calor da pessoa e ouvir sua voz), outros tantos que só tenho contato através da minha memória.
Talvez, seja porque os amigos que tenho hoje, que convivo com mais freqüência são tão bons, divertidos que não tem espaço no meu mundo pra lamentar a ausência dos outros. Claro que seria bom ter eles por perto, mas sei que estão felizes onde estão, e já é suficiente pra eu ficar feliz. Enfim, ainda bem que não tenho esse sentimento tão presente na minha vida, pois se não enlouqueceria. Viveria somente de sentir saudades.

Novo Momento

O comentário dele foi o meu olhar.
Olhar Ingênuo. De alguém puro. Ele sequer havia notado meu corpo de mulher.
O interesse dele era minha essência.
Eu também notei seus olhos. Olhavam-me com intensidade.
Eu via uma malícia que não existia naquele olhar.
Na verdade, o desejo estava em mim. Sim, eu o desejava.
Queria sentir o peso do seu corpo sobre o meu. Seu toque me deixou excitada.
Ele acariciava minhas mãos. Ingênuo: no momento eu pensava.
Suas mãos eram enormes e delicadas.
Nossos beijos iniciaram naturalmente. Avassaladores e quentes.
Nossos corpos se encontraram. Ficaram bem próximos.
Isso fez meu desejo crescer ainda mais. Nosso encaixe era perfeito.
A vontade de reviver tudo permanece em meu corpo.
O gosto do beijo está impregnado em meus lábios. Talvez nos dele também.
Despertei impressionada. No meu pensamento ele estava.
Foi quando um sinal ele me deu, de que seu encanto era igual ao meu.
Ele também pensou em mim ao despertar.
Também queria novamente me encontrar.
E agora espero ansiosa por um novo momento em que olhos, bocas, corpo e alma se juntem novamente e transformem um instante em eternidade.

Tiza A.A.Paiz

Ela e seu amigo fiel

Carência. Isso era tudo o que ela sentia.
Seu corpo tinha a necessidade de ser aquecido por outro corpo.
O toque, o suspiro, o beijo... Faltavam em sua vida.
Até mesmo palavras que poderiam aquecer sua alma não existiam mais.
Ela foi afogando sua tristeza e solidão no álcool.
Ele passou a ser seu melhor companheiro.
Era ele que a aquecia, que a tocava e que a fazia escutar canções de amor que nem sequer haviam sido compostas.
Ela tinha medo de mandar seu amigo embora, pois foi ele que sempre esteve ali ao seu lado durante tantos anos de solidão.
Seu corpo já não conseguiria viver sem o prazer a que estava acostumado.
Quando estavam juntos, a melancolia já não existia. Tudo era festa.
Ela se sentia segura ao lado do seu sincero e honesto amigo.
Era difícil viver sem ele. O pavor de não sentir mais o calor do toque, de já não mais escutar as belíssimas canções a atormentava.
Ela não queria mais sentir-se só. Seu amigo nunca a deixou perceber como sua existência era vazia e solitária.
Muitas vezes ela pensou em abandoná-lo. Queria viver outros prazeres.
O medo, ah, esse medo sempre a imobilizou. Não queria mais sentir-se rejeitada.
Precisava ter as sensações que até o momento somente ele havia lhe proporcionado. Somente ele fez seu espírito sentir-se calorosamente aconchegado.
Ela nunca o deixou partir.
Sua vida passou. Porém, ainda impregnada em seu corpo, estava a marca de seu fiel companheiro.

Tiza A.A.Paiz