sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ela e seu amigo fiel

Carência. Isso era tudo o que ela sentia.
Seu corpo tinha a necessidade de ser aquecido por outro corpo.
O toque, o suspiro, o beijo... Faltavam em sua vida.
Até mesmo palavras que poderiam aquecer sua alma não existiam mais.
Ela foi afogando sua tristeza e solidão no álcool.
Ele passou a ser seu melhor companheiro.
Era ele que a aquecia, que a tocava e que a fazia escutar canções de amor que nem sequer haviam sido compostas.
Ela tinha medo de mandar seu amigo embora, pois foi ele que sempre esteve ali ao seu lado durante tantos anos de solidão.
Seu corpo já não conseguiria viver sem o prazer a que estava acostumado.
Quando estavam juntos, a melancolia já não existia. Tudo era festa.
Ela se sentia segura ao lado do seu sincero e honesto amigo.
Era difícil viver sem ele. O pavor de não sentir mais o calor do toque, de já não mais escutar as belíssimas canções a atormentava.
Ela não queria mais sentir-se só. Seu amigo nunca a deixou perceber como sua existência era vazia e solitária.
Muitas vezes ela pensou em abandoná-lo. Queria viver outros prazeres.
O medo, ah, esse medo sempre a imobilizou. Não queria mais sentir-se rejeitada.
Precisava ter as sensações que até o momento somente ele havia lhe proporcionado. Somente ele fez seu espírito sentir-se calorosamente aconchegado.
Ela nunca o deixou partir.
Sua vida passou. Porém, ainda impregnada em seu corpo, estava a marca de seu fiel companheiro.

Tiza A.A.Paiz

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